Quando falamos de meditação, tendemos a entusiasmar-nos tanto com o que ela nos traz de bom que nos esquecemos de mencionar os possíveis lados mais negativos.
Os aspectos que te trago aqui podem aparecer a qualquer pessoa e mais commumente no início do caminho. Mas é muito importante que quem começa esteja ciente deles e comece com um entendimento inteiro do que a prática pode trazer.
Gosto de começar com o duvidar de si mesmo.
Nós vivemos num mundo de gratificação imediata. Apetece-nos um hambúrguer, carregamos num botão e vem um senhor numa Mota entregar o hambúrguer a porta, quentinho e pronto a comer. Quero ver uma série, é só selecionar a Netflix e tenho logo um mundo infinito de coisas para ver. Hoje quase tudo acontece num estalar de dedos, qual magia da fada madrinha da gata borralheira.
Esse hábito (que para a geração que nasceu já na era da internet será ainda mais acentuado) de que tudo acontece tão rapidamente leva as pessoas a, ao fim de 2 minutos de meditação, começarem a pensar ‘mas será que sou só eu que não consigo relaxar? Os outros já estão todos nas nuvens e eu não consigo parar de pensar. De certeza que tenho um problema e nunca vou conseguir meditar. Isto não é para mim.’
Este é o raciocínio de todos aqueles que respondem ‘já experimentei mas não é para mim’. Se estou 2 minutos de olhos fechados a tentar observar a respiração e não consiga, já falhei. Ora o que provavelmente ninguém partilhou com esta pessoa antes é: isso acontece a toda a gente, uns insistem e isso vai acabando por desaparecer, outros nunca chegam a descobrir.
O segredo para ultrapassar estes contras da meditação é só um: persistência.
A falta de resultados pode levar, em casos extremo, ao pânico. O foco no ‘todos conseguem e eu não’ pode levar-nos a acreditar que há algo de errado connosco.
Por essa razão, pessoas com uma condição mental identificada como não saudável, devem consultar o seu psicólogo ou psiquiatra antes de iniciar a prática de meditação.
Além disso, há pessoas que podem ficar obcecadas com o estado em que entram quando estão na meditação e se desencantem com o que acontece fora dela.
Esse estado de plenitude e paz não pode preencher toda a nossa vida. A vida é feita de altos e baixos e é graças a isso que evoluímos como seres.
Os obstáculos que foram aparecendo é que nos fizeram querer arranjar maneiras de não ter que passar por eles novamente.
Além de não ser real a possibilidade de estar em constante calma e de sorriso leve na cara, não é desejável ou saudável.
Esse desejo leva pessoas a querer estar mais e mais tempo em meditação, deixando algumas coisas para trás, adiando a vida. Mas nós precisamos fazer as coisas acontecer, a vida continua a acontecer naturalmente e encarar a meditação como uma ferramenta que nos ajudará a lidar com isso.
Por fim, o último contra é a mudança. Há pessoas que tem horror a mudança, o ser humano em geral não é muito adepto de mudanças. Mas há quem pense que a meditação (pensam o mesmo de outras técnicas) vai mudar tanto a vida delas, vai mudar a sua identidade e vai fazê-las fazer coisas que não são da sua natureza que ficam com medo de experimentar.
Há realmente muitas histórias de mudança. E há histórias realmente incríveis mas não há nada que te mude se tu não quiseres essa mudança!
Por isso, com estes pontos em mente, tens a informação necessária para decidir se deves começar a meditar ou não.
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