O lado profundo de Ruby Marinho: valores que vale a pena explorar
- ana neto
- 15 de abr.
- 4 min de leitura

E se um dia descobrisses que eras algo completamente diferente do que sempre acreditaste ser? Como reagirias se, de repente, te dissessem que o teu destino não é aquele que imaginaste para ti?
Se há algo que a adolescência nos ensina, é que crescer nem sempre é um processo tranquilo. É uma fase de descobertas, mudanças e, muitas vezes, dúvidas sobre quem realmente somos. E se essa transformação fosse ainda mais literal?
Ruby Marinho: Monstro Adolescente é um filme que, de forma divertida e emocionante, fala sobre identidade, aceitação e o peso das expectativas familiares. Para além das cores vibrantes e momentos cheios de ação, traz lições valiosas que ressoam tanto com crianças como com adultos.
Neste post, quero explorar essas lições e refletir sobre como podemos aplicá-las na nossa vida — seja na relação connosco, com a nossa família ou até no que ensinamos às crianças.
História (sem grandes spoilers)
Ruby Marinho é uma adolescente aparentemente normal, a tentar equilibrar a escola, os amigos e as expectativas da família. Mas a vida de Ruby dá uma reviravolta quando descobre que faz parte de uma linhagem secreta de krakens, criaturas marinhas poderosas que protegem os oceanos há muitas gerações.
De repente, Ruby vê-se dividida entre o mundo humano que sempre conheceu e o legado que carrega, sem nunca o ter pedido. Enquanto tenta compreender a sua identidade, enfrenta desafios que a fazem questionar quem realmente é, o que significa pertencer e como lidar com as expectativas da sua família.
Através desta jornada, o filme aborda temas como identidade, aceitação, a relação entre pais e filhos, amizade e o crescimento pessoal.
As Principais Lições de Ruby Marinho: Monstro Adolescente
O filme Ruby Marinho não é apenas uma aventura divertida e colorida, mas também traz mensagens profundas sobre identidade, aceitação e crescimento. Aqui estão algumas das principais lições que podemos retirar da história:
1. A importância da identidade e da autoaceitação
Ruby passa grande parte da sua vida a tentar encaixar-se, mas quando descobre a sua verdadeira natureza, sente medo de ser diferente. Esta é uma realidade comum, especialmente na adolescência, quando há uma grande pressão para pertencer a um grupo. O filme ensina-nos que aceitar quem somos — com todas as nossas particularidades — é um passo essencial para nos sentirmos verdadeiramente completos.
2. O peso das expectativas familiares
A relação de Ruby com a família é central na narrativa. Ela quer ser uma adolescente normal, mas a sua mãe espera que siga o caminho dos krakens, enquanto a avó tem ambições ainda maiores para ela. Esta dinâmica reflete a luta interna que muitos enfrentam ao tentar equilibrar os seus próprios sonhos com as expectativas dos pais. O filme lembra-nos que é possível honrar a nossa família sem perder a nossa individualidade.
3. Amizade e pertencimento
Ruby quer ser aceite pelos amigos, mas à medida que descobre mais sobre si mesma, percebe que algumas relações são baseadas em aparências e não em verdadeira amizade. A história ensina que os verdadeiros amigos aceitam-nos como somos e que não precisamos de nos esconder para sermos amados.
4. Crescimento e superação
Ao longo do filme, Ruby enfrenta desafios que a obrigam a sair da sua zona de conforto. No início, resiste à mudança, mas ao longo da jornada aprende que crescer pode ser assustador, mas também libertador. Esta lição é valiosa para qualquer pessoa que esteja a passar por um momento de transição na vida.
Conexão com o Yoga
A jornada de Ruby pode ser vista como um reflexo de alguns princípios do yoga, especialmente os Yamas e Niyamas, que são diretrizes para uma vida equilibrada e consciente.
Aqui estão algumas conexões que fazem sentido dentro da narrativa do filme:
1. Satya (Verdade) - A coragem de ser quem realmente és
Satya, um dos Yamas, refere-se à prática da verdade — ser honesto connosco mesmos e com os outros. Ruby luta com a sua identidade, tentando esconder quem realmente é para ser aceite pelos amigos e pela sociedade.
No entanto, o filme mostra que viver na verdade, mesmo quando é difícil, é essencial para o crescimento pessoal e para relações autênticas.
Descobre o plano sobre Satya, aqui.
2. Swadhyaya (Auto-estudo) – A descoberta de si mesma
Swadhyaya, um dos Niyamas, incentiva-nos a olhar para dentro e a conhecer-nos melhor. No início, Ruby rejeita a ideia de ser um kraken, mas à medida que explora essa parte de si, percebe que há força e poder na sua verdadeira natureza.
No yoga, o auto-conhecimento ou auto-estudo ajuda-nos a compreender quem somos para podermos agir com mais autenticidade.
3. Santosha (Contentamento) – Aceitação e paz interior
Santosha ensina-nos a aceitar a vida como ela é, encontrando contentamento dentro de nós em vez de procurarmos validação externa.
Ruby passa de uma fase de rejeição da sua identidade para um estado de aceitação, percebendo que não precisa de mudar para se encaixar — precisa apenas de abraçar quem realmente é.
4. Ahimsa (Não-violência) – A relação com os outros e consigo mesma
Ahimsa não se refere apenas à ausência de violência física, mas também à forma como tratamos os outros e a nós mesmos com gentileza. No filme, Ruby inicialmente sente-se dividida entre agradar à sua família e ser aceite pelos amigos, mas percebe que negar quem é causa-lhe sofrimento.
Praticar Ahimsa significa respeitar-nos e não nos forçarmos a ser algo que não somos.
Como aplicar estas lições no yoga para crianças
O filme traz reflexões que podem ser exploradas numa prática de yoga infantil, através de
Exercícios de auto-expressão: deixar que as crianças criem as suas próprias posturas, incentivando a autenticidade.
Afirmações positivas: frases como “Eu sou suficiente tal como sou” podem reforçar a autoaceitação.
Posturas de kraken e do mar: cria sequências inspiradas no oceano e nos movimentos das criaturas marinhas para tornar a prática lúdica e envolvente.
Tal como Ruby aprende a confiar em si mesma, o yoga ajuda-nos a encontrar equilíbrio e força interior, mostrando que o verdadeiro poder vem de dentro.