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Yoga kids: Dicas para sequências

Foto do escritor: ana netoana neto

Numa aula de Yoga para adultos, normalmente segues uma sequência, mas o que é que isso significa numa aula de Yoga para crianças.


ilustrações de posturas de Yoga
Posturas da Saudação ao Sol

Numa aula de adultos, estejas tu a seguir uma sequência definida, como nas séries de Ashtanga, ou um flow criado pelo professor, como numa aula de Vinyasa, és guiada por uma série de asanas encadeados que leva ao Savasana, a postura final para relaxamento e integração.


A aula é preparada pelo professor de maneira a que haja uma transição soft de postura para postura e um arco durante a sessão: primeiro começam por fazer aquecimento, depois avança para posturas de fortalecimento, equilíbrio, torções e aberturas e, já para o final, a aula começa a desacelerar até ao relaxamento em Savasana. E, durante este fluxo, o que conecta tudo é a respiração e a atenção plena, a observação que trazes durante a prática.


No Yoga kids as sequências são feitas para caber numa história, de maneira a ficar mais fácil para as crianças manter a atenção e seguir o encadeamento das posturas.


Ao descontrair uma história, cada postura dá vida a um evento ou característica da história. Por exemplo, durante o aquecimento, como preparação para a aventura que aí vem, nós podemos “fazer um pic-nic”: então, sentados, começamos por fazer umas torções para a esquerda e para a direita, bem como umas curvas para a frente, de maneira a começar a aquecer a parte superior do corpo. Outra alternativa pode ser apenas dizer “olá ao sol”, começando por fazer umas saudações.


Depois dos corpos já quentes, a aula pode seguir, semelhante ao arco de uma aula para adultos, e incluir mais torções e flexões para frente, bem como flexões para trás, posturas de equilíbrio, aberturas de anca, alongamentos laterais, posturas de fortalecimento e trabalho central antes de terminar em "relaxamento".


Vamos colocar isto em prática?

Então, a história escolhida será “O feiticeiro de OZ”, para simplificar.


Era uma vez uma menina chamada Doroti. Ela vivia numa fazenda com a tia Ema, tio Henrique e seu cãozinho chamado Totó.


Postura do cão a olhar para baixo Começamos na postura dos quatro apoios. No momento em que empurramos o chão com os braços, começamos a esticar os joelhos e a apontar o nosso rabiosque em direção ao teto, sentindo as nossas costas esticar. O olhar pode ir em direção ao umbigo.




Um dia, houve um ciclone, e com a ventania tão forte a casa da fazenda foi levada pelos ares. Doroti e Totó, que estavam lá dentro, foram carregados para uma terra longínqua.

Algumas crianças podem fazer a postura da casa, enquanto as restantes giram em seu torno, representando o tornado. Postura da casa Em pé, começamos por afastar as pernas o máximo possível, numa posição que seja confortável e em que haja equilíbrio. Trazemos as mãos juntas ao peito, em posição de Namastê e, numa inspiração, levamos os braços em direção ao teto (representando o telhado do casa). Tornado Em pé, com as pernas à largura da cintura, fixamos bem os pés no chão, sentido todo o pé apoiado. Deixamos o tronco e braços completamente soltos e começamos a girar o tronco para a direita e para a esquerda.


O ciclone tinha depositado a casa com grande delicadeza – na medida em que um ciclone pode ser delicado – no meio de um campo de uma beleza extraordinária. Havia lindos trechos de relvado verde à toda volta, com árvores imponentes carregadas de frutos coloridos e saborosos. Tufos de flores cresciam de todo lado, e aves de plumagem rara e brilhante cantavam e agitavam as asas nos ramos de árvores e arbustos.


Aqui há pano para mangas não é? Alguns fazem a postura da árvore, outros da flor, outros a postura do avião.Era o sítio mais bonito que já tinham visto.

“Tenho a sensação de que não estamos mais no Kansas”, disse ela. E estava certa! Eles estavam em algum lugar para lá do arco-íris.


Postura do arco íris De joelhos, estende uma perna para o lado. Colocando a mão oposta no chão, o braço do lado da perna esticada estende por cima da orelha, formando um lindo arco-íris.




ilustração da postura do arco-íris



Nesse momento, Glinda, uma bruxa boa confirmou: disse a Dorothy que a casa havia aterrado sobre a casa da Bruxa Malvada do Leste, deixando apenas os seus reluzentes sapatos de rubi. De repente, a Bruxa Má do Oeste apareceu. "Quem matou a minha irmã?" perguntou ela, com raiva, a Dorothy. Dorothy, tremendo de medo, tentou explicar "Foi um acidente!" Mas a bruxa ergueu a vassoura com raiva.


Guerreiro invertido Em pé, damos um passo largo com uma perna para a frente, apontando esse pé para a frente. A perna da frente dobra a 90 graus, enquanto a de trás se estende. A cintura aponta para o mesmo lado do pé de trás e os braços elevam-se à altura dos ombros, enquanto olhamos a mão da frente. Deixamos então que a mão de trás pouse não perna de trás e a mão da frente se estenda em direção ao teto.


Em um piscar de olhos, Glinda olhou os sapatos de rubi e, sabendo que eram mágicos, colocou-os nos pés de Dorothy, salvando-a da furiosa Bruxa Malvada que lhe prometeu "Eu vou apanhar-te e ao teu cachorrinho!" Dorothy queria muito voltar para casa, então recordou as palavras de Glinda: – Só o Feiticeiro de Oz te pode ajudar a sair desta terra. Segue a estrada de tijolos amarelos e irás encontrá-lo.


Guerreiro II Em pé, damos um passo largo com uma perna para a frente, apontando esse pé para a frente. A perna da frente dobra a 90 graus, enquanto a de trás se estende. A cintura aponta para o mesmo lado do pé de trás e os braços elevam-se à altura dos ombros, enquanto olhamos a mão da frente.




Doroti pôs-se a caminho com Totó. Pelo caminho encontrou um Espantalho pendurado num tronco, soltou-o, e ele disse que desejava muito um cérebro para pensar. Então Doroti convidou: “Vem comigo. O Feiticeiro de Oz dá-te um.” Espantalho Em pé, de pés juntos, coluna direita, eleva os braços à altura do coração. Dobra os braços à 90 graus: mãos para cima, palmas em abertas.


Mais adiante, os três encontraram um Lenhador de Lata, que desejava ter um coração: “Vem connosco. O Feiticeiro de Oz dá-te um.”


Árvore Começa em pé, pernas à largura das ancas. Devagar, começa por transferir o peso do corpo para um dos pés, e o pé contrário para apoiar nessa perna (opções: apoiar os dedos no chão, apoiar a planta na zona da linha da canela, apoiar no interior da coxa - evitar a zona do joelho). Quando o equilíbrio tiver sido conquistado podes trazer os braços à altura do coração, mãos em Namastê; podes elevar os braços para os lados, ou para cima de mãos dadas. Podes explorar as possibilidades dos braços ao limite, dá-lhes espaço à criatividade, todas as árvores são diferentes e únicas!





Logo depois, os quatro encontraram um Leão. E apesar de este ter assustado os quatro amigos, o Leão confessou que ele tinha medo de tudo, até dele próprio. Foi então que todos o convidaram a juntar-se ao grupo, assim também ele poderia pedir coragem ao Feiticeiro. Os cinco amigos viajaram muitos dias pela estrada de tijolos amarelos. Depois de várias aventuras, chegaram ao castelo do Feiticeiro de Oz e, um de cada vez, foi levado à sala do trono para falar com ele.


Leão Começamos de joelhos, no chão. As mãos podem pousar sobre as coxa, a coluna está direita. Aqui fazemos uma inspiração e, na expiração, deixamos as mãos fazerem força nas coxas para virmos a frente soltar o nosso “roooooarrrr”. O rugido é tão alto e forte que os nossos olhos abrem, bem grandes, e a nossa língua vem para fora. O Leão pediu ao mágico que lhe desse coragem. O Lenhador de Lata queria um coração. O Espantalho pediu um cérebro e Doroti queria voltar para a fazenda dos tios. O Feiticeiro de Oz prometeu aceder a todos os pedidos, mas com uma condição: eles tinham que lhe trazer a vassoura da Fada Má do Oeste.


Vassoura De barriga no chão, estendemos braços e pernas, bem direitinhos. Numa inspiração, fazemos força para levantar cabeça, braços e pernas do chão. Na expiração deixamos tudo pousar, descansando. Podemos repetir algumas vezes.


Eles não faziam ideia de como o iam conseguir, então pediram ajuda à floresta mágica. É então que surgem os macacos alados, a voar, que os levariam até ao castelo da Fada Má.


Macaco voador Começamos em pé, dobramos o corpo pela cintura, levando as mãos aos pés ou as canelas, enquanto a coluna fica direita. Para voar, agitamos os nossos braços para cima e para baixo.


Quando a encontram, ela ameaça fazer mal a Totó e pega fogo ao braço do espantalho. Dorothy, num ímpeto para salvar a vida do amigo, pega um balde de água e manda para o braço do espantalho, acertando também na fada. Acontece que a fada não podia com água e começa a encolher. Os guardas do local, que era maltratados, em jeito de agradecimento dão a vassoura da malvada.


Postura da oração Em pé, de pernas à largura da cintura, coluna direita, olhar em frente. Traz as mãos junto ao coração, em jeito de agradecimento.Voltaram então a Oz, e cada um pediu aquilo que mais queria: o espantalho recebeu um cérebro, o lenhador um coração e o leão coragem. Quando chegou a vez de Doroti, o Feiticeiro disse-lhe: “levou-te de volta no meu balão de ar quente”. Quando estavam para levantar, Totó vê um gato e corre atrás dele. Doroti corre então atrás de Totó, e vê o Feiticeiro levantar voo sem eles.


Gato Partindo da postura de 4 apoios, joelhos alinhados com a cintura, mãos alinhadas com cotovelos. Enquanto levas o queixo devagar em direção ao peito, arqueia a coluna como um gato eriçado. Aqui podes fazer alguns ciclos de gato/vaca ou colocar alguns alunos em postura de cão a olhar para baixo a correr atrás dos gatos (vê a energia da sala e sente o que faz mais sentido).





E, quando tudo parecia perdido, A Boa Fada do Sul disse a Doroti que ela podia voar com os sapatinhos encantados que a Boa Fada do Norte lhe dera. Então, Doroti despediu-se dos amigos e voou para a fazenda dos seus tios, levando o Totó nos braços.


Abraço em conjunto


Para o relaxamento também é benéfico pegar nos lemas das histórias e refletir um pouco sobre eles. Então neste caso:


Depois de uma viagem tão cheia de aventuras, Doroti e Totó precisavam descansar. Então deitaram-se sossegados e em silêncio.


E começaram a refletir sobre a viagem: que aventura a de Dorothy com os seus novos amigos… encontrarem o Feiticeiro que conseguiu levá-la de volta para casa e ajudar os amigos!


E como é importante ter amigos bons que nos apoiem, se preocupem e nos amem… sem a ajuda de Doroti, o espantalho não teria um cérebro, o lenhador não teria um coração e o leão não teria coragem. E, sem eles, ela não derrotaria a bruxa.


Por outro lado, juntos, eles seguiram sempre os seus objetivos, sem desistir perante os obstáculos. Juntos, eles encontraram o que procuravam.


Por isso, também tu podes ir mais longe, com amigos. Ajudá-los nos momentos difíceis, apoiá-los. Ao fazê-lo, também tu te sentirás feliz, pois ter amigos é dos tesouros mais preciosos da vida. Nunca te esqueças disso.


Então, quando te sentires preparado/a, começa a mover os dedos das mãos e dos pés. Podes puxar os joelhos até o peito e dar-lhes um grande abraço, pois foram estas pernas que te levaram a percorrer toda a estrada de tijolos amarelos. E podes, devagarinho, vir até uma posição sentada e confortável.


(A história foi retirada de várias fontes e alterada em algumas partes.)


Todas estas posturas têm que fazer sentido no contexto da história para que as crianças as sigam. Ao longo do caminho, convidamos os pequenotes a trazer a atenção para os sentimentos e experiências que encontram durante a permanência na postura, para que a ideia de observar (“o meu corpo, a minha mente, os meus pensamentos”) comece a ser treinada e aprendida.



 

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