Quando pensamos em meditação, a imagem que de imediato nos vem à cabeça é a de pernas cruzadas, sentados, com as mãos sob os joelhos.
Ora eu gosto de pensar que sou uma pessoa prática no que toca à meditação e portanto posso-vos dizer que não há ‘A posição’ para meditar, ok?
Muita gente aconselha a não meditar deitados para não corrermos o risco de não adormecer mas 90% das minhas meditações são deitada, com o meu bolster, a minha manta e os olhos tapados. As outras 10% são no meu zafu maravilhoso da Ana Baptista (os zafus são as almofadas tradicionais de meditação).
Como eu tudo na vida, o que interessa é que, no momento da meditação, estejamos confortáveis e em equilíbrio (e se adormecermos é porque relaxámos e, portanto, está tudo bem).
Há obviamente posições tradicionais para as práticas meditativas mas estamos a procurar criar equilíbrio no nosso interior, pelo que podemos começar por encontrar equilíbrio no nosso corpo. Estamos a procurar paz, pelo que podemos começar por encontrar o conforto.
Quando procuramos no YouTube ou no Google vamos então encontrar a típica postura de lótus. Para mim essa é uma postura impossível, o meu corpo simplesmente não está preparado para estar nela e, mesmo sem chegar à postura, estar de pernas cruzadas muito tempo é-me desconfortável.
As mãos, nessas imagens, estão muitas vezes em posição de mudras. Mas podemos deixá-las simplesmente pousadas, viradas para cima ou para baixo, como nos der mais jeito. O importante é o tronco estar direito e os braços paralelos um ao outro.
Há também quem medite ajoelhado, com uma almofada entre as pernas. Das sentadas, é a posição que escolho.
O que realmente é crucial é que as costas estejam direitas. Isso envia ao corpo uma mensagem clara de que queremos estar equilibrados e focados.
Os ombros devem estar relaxados, longe das orelhas. Às vezes é difícil que eles baixem mas podemos fazer um exercício de 2/3 respirações antes de começar, trazendo os ombros perto dos ouvidos ao inspirar e deixando-os cair ao expirar. Depois destas 2/3 respirações eles vão conseguir relaxar e baixar mais um pouco.
No conjunto, ombros e ancas devem estar na mesma linha e a cabeça deve estar alta e direita, procurando uma postura digna. Não com a cara para cima mas com a chamado coroa da cabeça a apontar para o tecto.
Já sabemos que tudo o que se passa na nossa mente se reflete no nosso corpo e o que se passa no corpo reflete-se na mente, não é? Se tiver interesse em aprofundar o tema espreite a Ted talk da Amy Cuddy no YouTube e veja como 2 minutos numa determinada posição podem mudar completamente a sua confiança.
Então é importante que, se meditamos para um equilíbrio mental, procuremos essa característica na posição em que nos sentamos ou deitamos (também há quem medite em pé), de modo a dar à mente todas as condições para entrar no estado meditativo.
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